Resenha Stranger Things 2



Após um longo ano (e três meses) de espera, finalmente a Netflix liberou a segunda temporada de Stranger Things. Como era de se esperar, a série que é queridinha dos fãs, veio com algumas mudanças bem legais, apesar de ter seguido a fórmula original, sendo desenvolvida em núcleos e juntar a galera nos episódios finais.
Admito que curti muito a segunda temporada de ST, mas não, ela não foi perfeita. Acho que merece 4 de 5 estrelas porque ela me deixou uma coceirinha no fundo da garganta, mas não chegou a decepcionar. Então vamos, lá... Sem spoilers, o que foi bom e o que não foi?



1. Enredo OK

Parabéns aos irmãos Duffer e a toda equipe. Como a primeira, a segunda temporada foi um show! A trilha sonora, cenários, fotografia (QUE FOTOGRAFIA!) e principalmente o roteiro estavam impecáveis. A segunda temporada apresentou um roteiro (quase) fechadinho, que respondeu a maioria das perguntas dos fãs e, como prometido pelos irmãos, fez até justiça a uma certa personagem que a gente pensou que fosse ficar esquecida na primeira temporada.
Acho que o ponto forte da temporada foi o arco dos personagens, que está se fortalecendo. Pra quem não sabe, "arco do personagem" é o desenvolvimento de cada um deles ao longo dos episódios (pra bem ou pra mal) que vai acontecendo em consequência das coisas na série. Vale destacar aqui o (ex?) embuste Steve (Joe Keery) superou aquela sensação de "Já não odeio a criatura, mas também não amo" que deixou com a gente no fim da primeira temporada. Amigos, Steve é simplesmente uma nova pessoa (não vou dizer se isso é bom ou ruim hahha) e a proeza disso é que a cada episódio ele vai se transformando, sem ser uma coisa forçada. Vou falar mais sobre isso lá embaixo...

2. Inseguranças da adolescência
Nossos bebês estão crescendo e as inseguranças da adolescência estão chegando. Genial a ideia de jogarem uma nova menina no grupo deles. Pensei que não fosse gostar da Max, mas ela preenche os requisitos: é durona sem ser chata, fofa quando necessário e corajosa. Apesar de ter rolado um triângulo amoroso básico ali com Lucas/Max/Dustin isso não chegou a ser uma coisa chata, fez a série andar e isso RARAMENTE ACONTECE quando falamos de triângulos amorosos.
Diferente da primeira temporada, a gente percebe algumas coisas que fazem a gente perceber que eles estão amadurecendo, mas sem perder a essência que a gente gosta tanto.




3. WILL FINALMENTE MOSTROU A QUE VEIO

"Finalmente deixamos essa Ferrari sair da garagem". Palavras dos produtores, minha gente! Concordo em gênero, número e grau. Will Byers era amado por associação na primeira temporada, mas nessa ele veio garantir lugar cativo nos nossos corações. Prepare-se porque a atuação do Noah Schnapp é de deixar a gente de boca aberta pelo menos um milhão de vezes. Ele consegue mudar de expressão de forma surpreende de acordo com o que cada cena exige. O caminho que o Will segue nessa temporada é de protagonista, e ele segura essa barra tão bem quanto a Millie e o Finn (Eleven e Mike) seguraram na primeira, talvez até melhor, ouso dizer.


4. Arcos dos personagens 
Sim, já falei sobre isso, mas merece um tópico especial porque pra mim foi a maior qualidade da temporada e o pior defeito também. Como assim? ST é uma serie com muitos personagens, o que infelizmente faz alguns ficarem de lado no desenvolvimento, o que aconteceu com nosso amado Jonathan Byers. O irmão mais velho do Will protagonizou uma das melhores cenas da série e... parou por aí. UMA cena ótima que deixou a gente super feliz e mais nada, apenas a secura. Tudo que a gente viu do Jonathan foi o que já tinha visto antes: ele é inseguro, gosta da Nancy e é um leão quando se trata de proteger a família. Cadê as surpresas? Fiquei esperando por aquele cara de câmera na mão que fez a gente se empolgar na primeira temporada, um dos personagens que mais prometia e infelizmente, pelo menos na segunda, não entregou nada. Eu, que amo o Jonathan, achei o arco dele repetitivo e arrastado. Não precisavam deixar ele tão de lado, mas ok, eu sei que outros personagens também precisavam ganhar seu espaço...

Como eu já disse, Steve Harrington foi o destaque surpreendente da temporada e por isso nem vou falar muito dele aqui senão vou acabar soltando spoiler, hehe. Então vamos falar das mulheres da série: ElevenJoyce e Nancy. Eleven, na verdade, tá bem apagadinha durante os primeiros episódios e só ganha força lá pro final, mas o caminho dela foi adequado pro tema da temporada. Na minha opinião, ela foi o personagem mais fechadinho. Não nos deu nada muito além do esperado, mas também não decepcionou como o Jonathan.

Mama Joyce foi mais uma vez um dos pilares da série. Ela é o sonho de princesa de qualquer mamãe. A Winona Ryder é uma rainha da interpretação, não sei  o que ela faz, mas a Joyce consegue ficar parecida com a mãe de todo mundo que tá assistindo. BIZARRO! A personagem seguiu a linha da primeira temporada, mas entregou um controle emocional infinitamente maior, mostrou que amadureceu diante de tudo que aconteceu com a família dela. Vamos ficar de olho naquela mulher, eu aposto que dela ainda vão sair as melhores histórias.

A última do time feminino pra falar é a antes sem sal e sem gosto, Nancy, que virou a representação Girl Power da série. Eu não sei se desde o inicio eles já tinham planejado uma guinada 360° pra ela (como creio que foi com o Steve) ou se "foi sem querer querendo", mas deu muito certo. Nancy cresceu e apareceu. Tomou atitudes de gente grande, e liderou o núcleo dela, cheia de atitude.



Bom, resumindo tudo, achei a temporada um amorzinho. Recomendo ver com muita pipoca e apesar de tudo, COM CALMA, pra conseguir pescar as referências maravilhosas que enriquecem o roteiro. Só acho que algumas coisitas ficaram a desejar e outras foram forçadas, tipo a família da Max, que não conseguiu me prender muito. Mas nada irremediável.

AGORA COMO FAZ PRA AGUENTAR O ANO QUE VEM??? Se alguém souber a resposta, me avise...


Beijos de luz!