Se o motivo de você querer ler A Volta ao Mundo em 80 dias é sua última adaptação... pare! Não vamos entrar no quesito de falar sobre as mudanças postas, mas o fato é que são muitas. A diferença não torna o livro ou o filme ruim, apenas peculiar.
O livro tem como protagonista o senhor inglês da Era Vitoriana (minha época favorita!) Fíleas Fogg, que diz aos seus colegas de carteado que um ladrão do principal banco inglês pode estar em qualquer lugar, porque a tecnologia da época já permitia a qualquer um dar a volta ao mundo em 80 dias. Os amigos dele, totalmente céticos, retrucam dizendo que é impossível por causa dos imprevistos comuns de qualquer viagem. Por sua honra, Fileas tem a ideia da aposta e a viagem começa.
Fíleas Fogg é um cara reservado. Tem aquelas manias de solteirões e nada muito especial. É rico, mas não divide a fortuna com ninguém, por isso todo mundo o acha muito misterioso. Isso não o torna arrogante. Na verdade, ele é o tipo de homem que está disposto a sacrificar todo dinheiro do mundo pelas coisas e pessoas que ama. Quem parte na viagem com ele é seu criado, Jean Passepartout, um jovem francês, ingênuo e prestativo. Não temos aquelas coisas esplêndidas que o Jackie Chan faz, pelo contrário, Passepartout é um cara que só se ferra e sente-se sempre culpado por atrasar o cronograma apertado do patrão. É dada a ele a responsabilidade cômica do livro, e acho que ele tirou a coisa de letra. É difícil encontrar personagens tão delicados e encantadores como Jean Passepartout.
O livro é regido pelo "humor inglês" de Júlio Verne e os elementos que ele tinha em 1873. É uma ótima fonte histórica, a leitura pega uma ampla visão inglesa do mundo na época e se percebe que a Inglaterra (todos os países europeus) metia bastante o dedo na cultura alheia, principalmente a oriental.
A narração é bem superficial, mas isso não impede que os personagens sejam sentidos em sua pura essência, pelo contrário. A leitura é tão leve que você vai virando as páginas e nem percebe o quanto aprende sobre a personalidade dos personagens em cada capítulo.
Minha impressão de leitora é que A Volta ao Mundo em 80 dias é uma história que precisava ser contada. Há centenas de títulos por aí que foram feitos para seus livros, mas esse é exatamente o oposto: o livro foi feito para o título. Acredito que Julio Verne não nos deu um herói, mas sim um aventureiro. Ele queria contar a jornada e contou. Sem delongas e indecisões de protagonista. Não se engane se acha que isso torna a história sem graça porque vai estar muito errado. Eu chamaria esse livro de puro. É um mistério saber como ele conseguiu a proeza, mas ele conseguiu.
O livro tem como protagonista o senhor inglês da Era Vitoriana (minha época favorita!) Fíleas Fogg, que diz aos seus colegas de carteado que um ladrão do principal banco inglês pode estar em qualquer lugar, porque a tecnologia da época já permitia a qualquer um dar a volta ao mundo em 80 dias. Os amigos dele, totalmente céticos, retrucam dizendo que é impossível por causa dos imprevistos comuns de qualquer viagem. Por sua honra, Fileas tem a ideia da aposta e a viagem começa.
Fíleas Fogg é um cara reservado. Tem aquelas manias de solteirões e nada muito especial. É rico, mas não divide a fortuna com ninguém, por isso todo mundo o acha muito misterioso. Isso não o torna arrogante. Na verdade, ele é o tipo de homem que está disposto a sacrificar todo dinheiro do mundo pelas coisas e pessoas que ama. Quem parte na viagem com ele é seu criado, Jean Passepartout, um jovem francês, ingênuo e prestativo. Não temos aquelas coisas esplêndidas que o Jackie Chan faz, pelo contrário, Passepartout é um cara que só se ferra e sente-se sempre culpado por atrasar o cronograma apertado do patrão. É dada a ele a responsabilidade cômica do livro, e acho que ele tirou a coisa de letra. É difícil encontrar personagens tão delicados e encantadores como Jean Passepartout.
O livro é regido pelo "humor inglês" de Júlio Verne e os elementos que ele tinha em 1873. É uma ótima fonte histórica, a leitura pega uma ampla visão inglesa do mundo na época e se percebe que a Inglaterra (todos os países europeus) metia bastante o dedo na cultura alheia, principalmente a oriental.
A narração é bem superficial, mas isso não impede que os personagens sejam sentidos em sua pura essência, pelo contrário. A leitura é tão leve que você vai virando as páginas e nem percebe o quanto aprende sobre a personalidade dos personagens em cada capítulo.
Minha impressão de leitora é que A Volta ao Mundo em 80 dias é uma história que precisava ser contada. Há centenas de títulos por aí que foram feitos para seus livros, mas esse é exatamente o oposto: o livro foi feito para o título. Acredito que Julio Verne não nos deu um herói, mas sim um aventureiro. Ele queria contar a jornada e contou. Sem delongas e indecisões de protagonista. Não se engane se acha que isso torna a história sem graça porque vai estar muito errado. Eu chamaria esse livro de puro. É um mistério saber como ele conseguiu a proeza, mas ele conseguiu.